A dor é uma experiência humana universal, um sinalizador essencial para a nossa sobrevivência. No entanto, quando persiste, pode tornar-se uma fonte de grande sofrimento e confusão. Infelizmente, a dor também é um campo fértil para mitos e informações equivocadas, crenças populares que, em vez de ajudar, podem atrapalhar significativamente a busca por alívio e recuperação.
Muitos Mitos sobre a Dor circulam no dia a dia, passados de boca em boca ou encontrados em fontes não confiáveis na internet. Essas ideias errôneas podem levar a decisões prejudiciais sobre como lidar com a dor, atrasando a procura por ajuda adequada ou incentivando práticas ineficazes e até perigosas.
Este artigo, baseado em informações da respeitada Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), tem como objetivo desmistificar algumas das crenças mais comuns sobre a dor. Compreender a verdade por trás desses mitos é fundamental para gerenciar a dor de forma eficaz e tomar decisões informadas sobre sua saúde. É importante lembrar que a dor é complexa – não se trata apenas de uma sensação física, mas de uma experiência influenciada por nossas emoções, pensamentos e contexto social. Entender essa complexidade ajuda a perceber por que abordagens simplistas, muitas vezes baseadas em mitos, falham em oferecer soluções reais.
Mito 1: “Só preciso ir ao médico quando a dor for insuportável”
A Crença Comum e Seus Riscos
É uma tendência humana adiar a visita ao médico. Muitas pessoas esperam que a dor desapareça sozinha, minimizam o desconforto ou só buscam ajuda quando a situação se torna crítica, quase insuportável. Essa espera, no entanto, pode ter consequências sérias, permitindo que problemas agudos se tornem crônicos e perdendo janelas importantes para intervenções mais simples e eficazes.
A Verdade: Buscar ajuda cedo faz toda a diferença
Esperar que a dor atinja níveis extremos antes de procurar um profissional é um erro significativo. A recomendação da SBED é clara: “Mito – Procure ajuda ao menor sinal de dor crônica.”
A dor, especialmente aquela que persiste ou recorre, funciona como um sistema de alarme do corpo. Como alertado por especialistas, “Toda dor é um alerta que o corpo manda para manter sua integridade”. Ignorar esse sinal ou esperar que ele se torne ensurdecedor permite que a causa subjacente, seja uma lesão, inflamação ou disfunção, se agrave.
Um dos maiores riscos da demora é a cronificação da dor. Quando a dor persiste sem tratamento adequado, o próprio sistema nervoso pode sofrer alterações, tornando-se mais sensível e perpetuando a dor mesmo após a causa inicial ter sido resolvida ou diminuída. Esse processo torna o tratamento consideravelmente mais complexo e desafiador. Procurar ajuda nos estágios iniciais permite um diagnóstico preciso e a implementação de um plano de tratamento mais eficaz, muitas vezes mais simples, prevenindo o agravamento do quadro, o sofrimento prolongado e o desenvolvimento de condições crônicas debilitantes.
Mito 2: “Com dor, o melhor é ficar parado e evitar exercícios”
O Medo do Movimento
A reação instintiva à dor é frequentemente a imobilidade. Se um movimento causa desconforto, parece lógico evitá-lo. Esse raciocínio leva muitas pessoas que sofrem com dores persistentes a reduzir drasticamente suas atividades físicas, adotando um estilo de vida sedentário na esperança de minimizar a dor.
A Verdade: Movimento orientado é parte essencial do tratamento
Embora o repouso possa ser necessário em fases agudas de certas lesões, a imobilidade prolongada é, na maioria dos casos de dor persistente, contraproducente. A SBED desmistifica essa crença: “Mito – Mesmo com dor, a atividade física regular vai lubrificar articulações, fortalecer a musculatura e evitar que os músculos próximos à região que dói se tornem ainda mais tensos.”
Os benefícios do movimento orientado são múltiplos. A atividade física adequada ajuda a manter a lubrificação das articulações, essencial para um movimento suave. Fortalece a musculatura que suporta as articulações e a coluna, aliviando a sobrecarga nessas estruturas. Além disso, combate a tensão muscular compensatória que frequentemente surge em áreas próximas ou distantes da região dolorida, como mencionado por especialistas: “Evitar o movimento quando existe uma dor faz com que a musculatura mais próxima à região dolorosa – e em alguns casos os músculos mais distantes – acabe tensionada”.
Por outro lado, a inatividade leva a um ciclo vicioso: os músculos enfraquecem, as articulações ficam mais rígidas, a circulação diminui e a capacidade funcional geral declina. Esse processo de descondicionamento pode, paradoxalmente, aumentar a percepção da dor e a incapacidade. O medo do movimento (cinesiofobia) também pode amplificar a experiência dolorosa.
É crucial entender, no entanto, que não se trata de qualquer movimento. A chave é a atividade física apropriada, realizada de forma gradual e orientada por um profissional de saúde (médico, fisioterapeuta). O tipo de exercício, sua intensidade e frequência devem ser cuidadosamente adaptados à condição específica de cada pessoa, garantindo segurança e eficácia. O movimento correto, portanto, não é o inimigo da dor, mas sim um aliado poderoso na sua gestão e na recuperação da funcionalidade.
Mito 3: “Fisioterapia não funciona ou demora demais para dar resultado”
A Impaciência com o Processo
No mundo atual, a busca por soluções rápidas é constante. Quando se trata de dor, essa impaciência pode levar à frustração com tratamentos que exigem tempo e dedicação, como a fisioterapia. Muitos pacientes esperam alívio imediato e, se não o percebem rapidamente, podem abandonar o tratamento, acreditando que ele não funciona ou optando por alternativas aparentemente mais velozes, como o uso contínuo de medicamentos.
A Verdade: A persistência na fisioterapia traz recompensas duradouras
Desacreditar da fisioterapia ou desistir dela precocemente é um erro comum, mas que priva o paciente de benefícios significativos e duradouros. A SBED combate esse mito enfaticamente: “Mito – Três vezes por semana, duas semanas… e muita gente se cansa de ir para a fisio porque pode acreditar não estar tendo resultados. Mas está. Se insistir, a recompensa será grande. A fisioterapia, hoje, com seus conhecimentos e técnicas, faz verdadeiros milagres.”
A fisioterapia raramente oferece uma “cura” instantânea porque frequentemente trabalha na raiz do problema. Ela atua de forma gradual, corrigindo desequilíbrios biomecânicos, melhorando a amplitude de movimento, fortalecendo músculos específicos, reeducando padrões de movimento e ensinando estratégias ativas para o manejo da dor. É um processo de reabilitação que visa restaurar a função e prevenir futuras recorrências.
Essa abordagem contrasta com o alívio muitas vezes temporário proporcionado por medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios. Embora úteis em certas fases, depender exclusivamente deles pode mascarar o problema subjacente e trazer riscos associados ao uso prolongado, como danos aos rins e fígado. A fisioterapia, ao contrário, busca uma solução mais sustentável.
A persistência é chave. Os resultados da fisioterapia são cumulativos; mesmo pequenas melhorias em cada sessão contribuem para um progresso significativo ao longo do tempo. Além disso, a própria crença do paciente no tratamento e sua adesão ao plano terapêutico podem influenciar positivamente os resultados, um fenômeno relacionado ao poder das expectativas na percepção da dor. Abandonar a fisioterapia por impaciência é ignorar seu potencial de promover uma recuperação funcional real e duradoura, focando em resolver as causas da dor, e não apenas seus sintomas.
Conclusão
Desvendar os mitos sobre a dor é um passo essencial para quem busca alívio e qualidade de vida. Recapitulando os pontos principais que discutimos, baseados em informações da SBED:
- Não espere a dor se tornar insuportável; procure ajuda médica ao menor sinal de cronicidade.
- Não tema o movimento; a atividade física orientada é fundamental para a recuperação e prevenção.
- Confie no processo da fisioterapia; a persistência traz resultados duradouros que vão além do alívio sintomático.
Compreender essas verdades capacita você a tomar decisões mais informadas e proativas sobre sua saúde. A dor é uma experiência complexa, influenciada por fatores físicos, emocionais e sociais, e requer uma abordagem que vá além de crenças simplistas e equivocadas.
Busque sempre informações em fontes confiáveis, como a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), e, acima de tudo, converse abertamente com profissionais de saúde qualificados. Um especialista em dor, como o Dr. David del Giglio, pode oferecer um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado, considerando todas as facetas da sua condição.
Lidar com a dor pode ser desafiador, mas com o conhecimento correto e o apoio adequado, é possível encontrar caminhos eficazes para o alívio, a recuperação da função e a retomada do bem-estar.
Sofrendo com dor? Não deixe que mitos atrapalhem sua recuperação.
Agende sua consulta com o Dr. David del Giglio e receba um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado para você voltar a viver sem limitações.